domingo, 31 de agosto de 2008

RAVENS FOR LIFE


Após vários momentos de reflexão, de considerações e suposições, entendi que diversas coisas, por mais significativas ou importantes que sejam, não devem ser lembradas. Quer dizer, elas devem ser lembradas sim, mas com um sentimento bom, devem trazer algum sentimento de paz e plenitude por tudo que elas já representaram. Sendo assim, resolvi fazer uma modificação geral no blog, antes chamado "Always and Forever". O conceito do blog vai continuar essencialmente o mesmo, apenas com uma nova cara, um novo espírito e a certeza do ânimo renovado. Como daqui para frente vocês irão ver algumas postagens semanais especiais (lembram que eu falava que dia 1º de setembro estava chegando???), resolvi aliar o tema principal das futuras postagens, que é uma das minhas paixões com a nova alma do blog. As mudanças são pequenas, mas significativas. Fica aqui uma lista delas, só para constar:

- O link para o blog mudou. Agora quem quiser acessar vai ter que digitar: http://onetreehillraven.blogspot.com/

- O título e a descrição também foram alterados. Fica aqui a tradução da descrição, para aqueles que não conseguirem entender:

"Algumas pessoas acreditam que corvos guiam os viajantes para seus destinos. Outros acreditam que a visão de um corvo solitário é considerado boa sorte, enquanto mais de um corvo juntos prevê problemas a frente."

E é exatamente isso que o "Raven" está fazendo em minha vida: me guiando para o caminho correto. Rumo ao meu destino.

- O "Quem sou eu" agora se chama "Tree Hill Alumni", com a imagem acima, que significa: Ex-aluno de Tree Hill.

- "Postagens antigas" agora são "Old Drills" que significa: Exercícios antigos.

- E o "Brothers in Arms", que são aqueles blogs que considero dignos de serem citados, agora são o "Line-Up". Significa: Escalação.

- Tirando isso, as cores foram um pouquinho modificadas para fechar mais com o espírito do Tree Hill Ravens.

Vou ficando por aqui, mas aguardem uma nova postagem já na terça-feira. Uma daquelas especiais que comentei antes. ^^

Ah, gostaria de deixar aqui dois agradecimentos MTO especiais:

-Primeiramente para a minha amiga Gabriela Bassani, que me fez perceber que certas coisas não se devem ser registradas eternamente (always and forever) na nossa mente e no nosso coração.

-Segundo, mas não menos importante, gostaria de agradecer de coração para Lidiane dos Santos, uma das minhas fiéis leitoras, por ter editado a perfeita imagem do "Raven" pousado sobre o "R" que simboliza agora o blog. Vlw Lidita, ficou mais do que perfeito. Era tudo o que eu QUERIA!!!!!

P.S.: E vou cumprir a promessa.

P.S.2: Para a dona Schena eu digo que não, meu coração não está partido, pelo menos não da forma como ela imagina. Além do que, eu acredito que um coração só possa ser partido verdadeiramente uma vez. Todas as vezes subseqüentes nada mais são do que esmagar os cacos já destroçados da primeira vez.

P.S.3: Quem tinha me add nos seus favoritos, peço só para atualizarem o link, senão não terão mais como acompanhar.

^^

Um forte abraço para todos os que acompanham o blog e espero que gostem da mudança.

sábado, 30 de agosto de 2008

...



Nada mais a declarar, só a refletir.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Novo modelo, peças originais



É com esse criativo slogan que vem a luz do dia o primeiríssimo e por que não dizer: aguardadíssimo teaser do filme Fast and Furious, ou Velozes e Furiosos 4 para aqueles que ainda estão fraquinhos no inglês.

O novo filme, com direção e roteiro assinados pela dupla responsável por The Fast and The Furious: Tokyo Drift*,Justin Lin e Chris Morgan, respectivamente traz algumas surpresas, em especial um tão aguardado reencontro entre os personagens do primeiro filme.Além de outras surpresas. Aí está o motivo do slogan. Para quem não acompanhou a cine-série, vou fazer uma breve explicação dos filmes anteriores(cuidado, contém SPOILERS):

The Fast and the Furious (Velozes e Furiosos)
O primeiro e até o presente momento o melhor filme da série. Na história Vin Diesel vive o personagem Dominic Toretto, líder de uma gangue de corridas de ruas em Los Angeles e que está sobre a mira de uma investigação federal por roubo de carregamentos de caminhões nas estradas da região. Para essa investigação, entra em cena Paul Walker, como Brian O'Connor, um aspirante a detetive que recebe a proposta de chegar ao chegar ao almejado cargo de detetive ao ajudar o FBI a resolver esse caso. Brian se infiltra na gangue na intenção de descobrir se Toretto é realmente o culpado dos crimes, ao mesmo tempo em que se apaixona pela irmã do líder da trupe de corredores, Mia Toretto, vivida por Jordana Brewster.

Recheado de ação do início ao fim Velozes e Furiosos é um belo exemplo do "cinema-pipoca", ou seja, filmes em que o roteiro é o menos importante. O que conta mesmo é o entretenimento. ^^ E isso o filme taz com maestria se utilizando de um COMBO (\o/) perfeito: MULHERES, CARROS e uma TRILHA SONORA TURBINADA, com o perdão do trocadilho infame. Claro que essa trilha sonora não é para qualquer um, pois é fato de que ela é composta na sua maior parte de faixas de hip-hop e rap. Mesmo assim, digna de nota. Esse foi também o filme que lançou Vin Diesel como novo astro dos filmes de ação. Apesar de estrondoso sucesso de sua performance, ele decidiu ficar de fora da continuação:

Too Fast Too Furious ( + Velozes + Furiosos)
Falando em trocadilhos infames, o título original desse filme é outra amostra de criatividade que permeia a série, ainda que sem muitos pontos altos. Dessa vez, a ação fica por conta de Paul Walker, reprisando seu papel como Brian O'Connor e também pelo rapper e ator americano Tyrese Gibson vivendo o papel de Roman Pearce, amigo de infância do personagem de Walker. Após os eventos finais do primeiro filme, Brian O'Connor é expulso da polícia e vai morar em Miami, aonde se torna um corredor de respeito. Algum tempo depois, ele é novamente contatado pelo antigo supervisor do FBI do filme anterior para trabalhar em um novo caso e assim ficar com a ficha limpa. Contrariado, Brian aceita o desafio, mas somente se pudesse escolher o seu parceiro. Brian resolve chamar o amigo de infância e ex-presidiário Roman Pearce, que parece acreditar que sua prisão foi por culpa do antigo amigo. Relutante, Pearce aceita participar da investigação, já que também teria sua ficha limpa. Ambos voltam para Miami e entram para a gangue do chefe da máfia local, Carter Verone, com a ajuda da estonteante agente infiltrada Monica Fuentes, vivida pela, vou repetir, estonteante atriz, Eva Mendez. Uma vez na gangue, eles precisam descobrir como uma maneira de ligar Verone ao esquema de lavagem de dinheiro, coisa que pode ser dificultada com a possível traição da agente Fuentes.

Uma seqüência que não conseguiu superar ou mesmo igualar o sucesso do filme que o precedeu, + Velozes + Furiosos possui um roteiro inferior ao primeiro, além de ter perdido sua maior estrela. Contudo, isso se explica pelo fato de que Vin Diesel achava que sua participação não teria o menor sentido, devido aos acontecimentos do primeiro filme. Apesar desses pequenos poréns, o filme consegue reprisar o combo anterior, com um pouco mais de mulheres, muito mais carros e uma trilha sonora um pouco menos empolgante do que a do primeiro filme. Mais um "filme pipoca", feito sob medida para se assistir descontraidamente. E é assim que chego no terceiro filme:

The Fast and the Furious: Tokyo Drift (Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio)

Tudo novo. Novos personagens. Nova ambientação. Novo estilo de corrida. É assim que o terceiro filme dessa franquia de "road action" se apresenta. Aqui nós conhecemos a história de Sean Boswell, vivido por Lucas Black, um adolescente encrenqueiro que se vê metido em um acidente após um racha e como forma de evitar a prisão, é enviado para Tóquio, para morar o com seu pai, um militar transferido para a capital japonesa. Desgostoso com aquela cultura completamente diferente, Sean está completamente deslocado até conhecer Twinkie, interpretado pelo jovem astro do rap, Bow Wow. É na companhia desse jovem colega que Sean descobre o mundo do drifting, um estilo de corrida completamente diferente do apresentado nos filmes anteriores. O drifting consiste em deslizar na pista, fazendo o carro "andar de lado". Sean descobre isso da pior maneira ao se envolver em um confronto com um pretendente a Yakuza (máfia japonesa), o personagem Takashi, mais conhecido como "DK" que significa Drift King (rei do drift). Ajudado por Twinkie e por um companheiro de DK chamado Han, Sean aprende um pouco mais sobre coragem, amizade e respeito, ao mesmo tempo em que vai aprendendo como se tornar um piloto de drift.

E exatamente por causa dos elementos citados acima além de vários outros este filme pode e DEVE ser considerado o pior filme da trilogia. O roteiro desse filme é praticamente inexistente e não dá para saber exatamente aonde os personagens querem chegar. Nem mesmo o combo dos filmes anteriores pareceu agradar. Em um filme recheado de belíssimas japonesas, o maior destaque não eram as curvas das asiáticas, mas sim uma exagerada super-exposição de carros que não agradou. Então, tirando as mulheres e os carros, o que sobra é a trilha sonora, que conta até mesmo um rap japonês. Obviamente, essa trilha é excelente, pelo menos para mim. Em um filme que parece assassinar o espírito dos predecessores, um novo combo surge para honrar um pouco a trilogia: a primeira delas é que o filme é uma das maiores exposições de "Drifitng" no cinema, trazendo uma realidade até então desconhecida da maioria das pessoas fora do mundo das corridas. A segunda é a introdução do personagem Han, um clássico mestre sábio que guia o jovem discípulo para um futuro brilhante, ao melhor estilo japonês. E para fechar o combo, temos a aparição surpresa de Vin Diesel, em uma partipação surpresa em que revela conhecer o piloto Han e que ambos correram juntos em algum momento do passado. E é exatamente essa ligação que me leva ao atual filme, ainda em estágio de produção:

Fast and Furious ( ainda sem título em português)

Sem postêr também. =/

Como eu disse antes, esse filme já começa com muitas gratas surpresas. A primeira dela é o retorno do elenco original do primeiro filme, contando com Vin Diesel, Paul Walker, Michelle Rodriguez e Jordana Brewster. A segunda é que o filme contará com um prelúdio de 20 minutos estrelado por Vin Diesel e Michelle Rodriguez. E em uma pitada a mais de surpresa, Diesel será o diretor. O astro revelou essa informação alguns dias atrás, além de afirmar que Sung Kang, o Han do terceiro filme também estará presente nesse especial. Isso vai servir para dar um pontapé inicial na relação romântica de Toretto e Letty, mostrada anteriormente no primeiro filme, além de mostrar como Dominic e Han se conheceram. Nesse filme, Dominic Toretto reencontra o agora agente Brian O'Connor quando um crime faz com que eles voltem para Los Angeles. Dispostos a acabarem com um traficante de heroína chamado Braga, eles fazem uma nova aliança para acabar de vez com o inimigo em comum. O filme está com estréia marcada para o dia 5 de junho de 2009 nos Estados Unidos. É com enorme ansiedade que espero pelo lançamento deste que parece ser o capítulo final dessa franquia sobre rodas. 2009 está longe, muito longe, mas até lá vou matando as saudades revendo os filmes antigos. ^^ E era isso por hoje meninos e meninas. Um tema descontraído que surgiu de inspiração por inúmeros motivos, um mais especial do que os outros.

o/

*Velozes e Furiosos 3: Desafio em Tóquio

sábado, 16 de agosto de 2008

O Jogo do Amor

Eu sempre amei jogar cartas e até hoje eu ainda o faço. Alguns dias totalmente inspirado, outros nem tanto, porém sempre disposto a alguma partida. Mas no jogo acima, aquele que estamos todos fadados a jogar um dia eu acabei perdendo e feio. E desaprendi como jogar. Eu sei que escrever sobre o amor é um enorme clichê e quando esse amor se torna um coração partido é um clichê ainda maior. Mas e daí? É sobre isso que eu estou interessado em falar. Quer dizer, escrever. Na verdade não estou interessado em escrever sobre isso. Se possível fosse, preferiria enterrar esse assunto e não pensar mais nisso. Mas logo explicarei o porquê de ter escolhido esse tema. Não sei o quão familiarizados meus estimados leitores são com um baralho de cartas e portanto vou lhes mostrar uma das minhas cartas favoritas. Impossível pensar em um jogo de cartas e não lembrar dela. Estou falando da "Queen of Hearts", ou Rainha de Copas para aqueles que não conhecem a língua inglesa. Ainda não sabem do que estou falando? Bom, espero que isso ajude: O que falar sobre essa carta? Bem, é extremamente simples. E óbvio. A "Queen of Hearts" é a rainha do meu coração. Aquela que reinou absoluta sobre todos os aspectos da minha vida. É a pessoa que me fez fazer escolhas difíceis, que fez eu crescer como pessoa. É a pessoa que me ensinou o jogo do amor. E é exatamente a mesma pessoa que me fez sofrer as maiores dores que o meu coração jamais imaginou conhecer. Mas sou grato a ela. Sempre fui e sempre serei. Como eu disse, foi a "Queen of Hearts" que me ensinou o verdadeiro significado do que é o amor. Ela me ensinou a amar. Foi com ela que aprendi o que é viver uma entrega total e irrestrita. Foi com ela que aprendi que me arriscar por alguém vale a pena e não importa a recompensa no final. O que importa é a certeza de uma vida juntos. Apesar dessa certeza e de tantos planos, enquanto estávamos vivendo ao máximo resolvemos sacar, ou "pescar" uma carta. Carta essa que foi derradeira e colocou um fim em toda a certeza e em todos os tantos planos. E qual foi essa carta? Nada mais nada menos que a "Death Card" ou Carta da Morte. Para os menos familiarizados, me refiro ao "Ace of Spades" ou Ás de Espadas. Novamente me disponho a mostrar que carta é essa para os mais desavisados. Não preciso nem tentar colocar em palavras o que é a morte, certo? É o final. É algo inevitável e que não se pode enfrentar ou parar. É uma força maior, muito maior do que nós mesmos. E foi isso que aconteceu. Uma maldita força maior que não podia ser enfrentada. Quer dizer, até poderia ser tentado, mas os riscos eram altos demais e o que se perderia poderia colocar em risco a maioria daqueles tantos planos que falei anteriormente. Apesar de tudo, eu estava disposto a enfrentar esse problema de frente, pois nas palavras de uma amiga muito importante: "Sikora, tu é o romance em pessoa.". Isso só demonstra o quanto eu estaria disposto a arriscar pela minha "Queen of Hearts". Porém, a minha tão bela rainha não conseguiu encontrar as forças necessárias para repelir o mal que nos foi causado e acabou aceitando o seu, e por conseqüência, nosso triste destino. Resumida a história, quero dizer que resolvi desabafar hoje pois senti que seria necessário. Para poder seguir em frente. Para poder voltar a jogar um jogo que hoje me mete medo. Não sei o que pode acontecer daqui para frente comigo ou mesmo se algum dia irei ter algum contato novamente com a "Queen of Hearts", mas de duas coisas todos vocês, meninos e meninas podem ficar certos: a primeira é que eu AMO e provavelmente sempre irei amar a "Queen of Hearts", a segunda é que uma nova carta foi "pescada" do baralho. Uma carta que a cada dia que passa me surpreende com sua maturidade, carinho, inteligência. Uma carta que em um curtíssimo espaço de tempo já conseguiu fazer eu perceber tantos caminhos errados que eu vinha escolhendo em minha vida. Agora que possuo em meu próprio coração o doloroso naipe da espada, minha sorte me presenteou com nada mais, nada menos do que a " Queen of Spades", ou Rainha de Espadas. E para a "Queen of Spades" eu deixo uma mensagem agora. Simples, porém de coração:






OBRIGADO.











Agora vou ficando
por aqui, pois acredito ter colocado para fora tudo o que eu precisava por hoje. Mas uma postagem em que cartas são tão citadas, especialmente as "Queens of Heart e Spades" eu não poderia deixar de mencionar aquelas que são representações físicas dessas tão importantes rainhas. Não as minhas, mas aquelas do baralho verdadeiro.



Kisaragi Honey
The Queen of Hearts








Saotome Miki
The Queen of Spades

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Verdades e Mentiras

Certa vez ouvi uma afirmação que sempre tentei levar comigo, aonde quer que eu fosse. Não no sentido físico, mas no meu coração. Reproduzo aqui tal afirmação na íntegra:




"Algumas vezes eu me pergunto se alguma coisa ainda é absoluta. Ainda existe o certo e o errado? Bem ou mal? Verdade e mentiras? Ou tudo é negociável, deixado para interpretação, cinza? Algumas vezes somos forçados a distorcer a verdade, transformá-la, pois encaramos coisas que não foram feitas por nós mesmos. E algumas vezes, as coisas simplesmente te alcançam. Porém, eu acho que a verdade ainda é absoluta. Acredite nisso. Mesmo que a verdade seja dura e fria e mais dolorosa do que você jamais imaginou. E mesmo quando a verdade é mais cruel que uma mentira."


E era somente isso que eu tinha para dizer essa noite meninos e meninas. Não importa o quanto a verdade possa doer ou magoar os outros a si mesmo. Contem-a. No final, ela é a única arma que nunca irá falhar.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Always and Forever Reloaded

Blog completamente zerado, todos os post antigos devidamente salvos e apagados. Eles ainda fazem sentido para mim, mas não preciso mais expor aqui tudo que eles representavam. Ou representam. Assim sendo, inicio essa nova era com um conto, escrito por mim alguns meses atrás. Não é uma grande obra nem nada, mas é a maneira mais interessante que arranjei para reiniciar esse blog. Sem mais delongas, deixo-lhes na companhia do conto "Uma noite na cidade".

Uma noite na cidade

Era uma noite como todas as outras. Nas calçadas, as pessoas caminham em ritmo acelerado, algumas muito sérias e compenetradas, outras, rindo, quase dançando ao ritmo dos sons da cidade. Amigos se encontram e vão para os seus barzinhos favoritos, exaurir todo o cansaço e o estresse de mais um dia de trabalho. Casais andam felizes e abraçados, como se o mundo fosse somente deles e de ninguém mais.

Na rua, carros seguem seus caminhos em um movimento deveras monótono, demarcado pelos semáforos e suas luzinhas coloridas. Carros grandes, carros pequenos. Carros com famílias inteiras dentro. Carros solitários. Carros dirigidos por menores de idade que estão achando o máximo roubarem o carro do papai. Carros movidos não somente à gasolina, álcool ou diesel, mas movidos por sentimentos. Sejam esses sentimentos os das famílias, das pessoas solitárias ou mesmo dos menores de idade.

No meu apartamento, tudo também está normal. A cozinha está limpa. O banheiro também. Na sala, a bagunça organizada de sempre. Meu quarto que deveria ser meu recanto de repouso está lá, vazio, solitário. Faz três noites que não consigo deitar em minha cama. Estou sozinho no meu lar. Se é que ainda posso chamá-lo assim. As luzes estão todas apagadas e estou sentado na sacada olhando o movimento da cidade. Tentando sentir o seu calor. O seu fervilhar. Pois no meu interior, sinto que estou morto. Fico ouvindo por horas o burburinho das pessoas, vejo sorrisos e tento desesperadamente me sentir parte desse mundo. Mas este não sou mais eu. Aquele que era animado e feliz. A vida me pregou uma peça e ainda não consegui superar o acontecido.

As muitas horas passam e continuo sentado, na mesma posição, olhando para a mesma rua. Pessoas diferentes estão passando por aqui. Os carros também. Como não poderia deixar de ser, o movimento vai diminuindo. As pequenas quadras não estão mais lotadas de carros. A quantidade de pessoas passeando nesse horário é bem diminuta. Mas isso não é estranho. Este horário já não é assim tão seguro. As pessoas de juízo preferem ficar em seus lares, divertindo-se da maneira que podem, mas ainda assim, felizes.

É tarde e estou cansado. Segundos antes de me levantar para tentar me recostar em uma rede que possuo, escuto um grito. Olho na direção de que ele veio. Na calçada, quase na esquina, uma moça, vestida de branco, está sendo atacada por um homem alto e de aspecto muito forte. Ele tenta puxar a bolsa dela, mas a jovem segura-se a ela como se estivesse ali uma parte de sua existência e que sem tão precioso item, ela perderia aquilo que a torna viva. A ironia é que nesse momento de embate, o homem puxa algo de seu bolso. Uma faca. Quando ele levanta sua lâmina acima de sua cabeça, ela brilha e reflete a luz de um poste contra os meus olhos. Depois disso, mais um grito, agora desesperado e de dor. Fico parado, simplesmente sem ação. Metros a minha frente, o corpo da jovem jaz inerte, suas roupas, antes tão alvas, agora apresentam tonalidades escarlates. O homem foge, com a bolsa em mãos, ciente de que cumpriu o que pretendia. Já não há ninguém para tentar socorrer a moça. Ninguém para capturar o assassino. E o corpo da menina fica ali, atirado na esquina, até que apareça alguém para socorrê-la ou no máximo, avisar alguma entidade. Mas ninguém aparece. E ela ainda está lá. Morta.

Como eu disse, esta era uma noite, como todas as outras.